Texto

Faço coisas que não devia.
Por medo, insegurança, talvez até por pensar demais, mas todos os dias faço coisas que não devia.
Não devia, e isso é inexplicável, ter começado a escrever este texto e embora o saiba não paro de o fazer, nem um segundo. Não é que não seja correto, mas parte de mim não quer. Não é discriminação, nem sequer é falta de vontade. Ainda assim, é-o todos os dias, de uma forma ou de outra.
Não devia, e lamento, estar a continuar a escrever este texto. Perdoe-me quem possa pela indecência de continuar como se as letras fluíssem sozinhas. É pelas vezes em que o texto está parado, sem letras e palavras. Nem as interjeições, que mesmo curtas tanto transmitem a quem as bem interpreta, ai!
Devia ter parado no início e a culpa é minha.
Não devia ter deixado o texto fluir. Se parte de mim não conseguia então devia ter parado. Em nenhum momento me arrependo do que está escrito. Não foi errado ou despreocupado.
Apagar um texto não é tão simples como usar uma borracha. Não é tão simples como reunir as letras e transformar o seu sentido. O texto está escrito.
Mesmo assim, todos os dias faço coisas que não devia e isso sim, faz de mim humano.
Não devia estar a colocar este ponto final, mas é o mais correto... ou não.

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